Traficantes Evangélicos proíbem cultos de Umbanda e
Candomblé nos morros do Rio de Janeiro
De
acordo com reportagem publicada no jornal O
Globo e no Jornal televisivo do SBT
(http://www.sbt.com.br/jornalismo/noticias/34968/Traficantes-evangelicos-proibem-cultos-de-religioes-africanas.html#.Ujc_7tIp_-Q) e
em outros veículos de comunicação, traficantes dos morros cariocas proíbem
cultos de Umbanda, Candomblé e quaisquer outros que sejam contra a doutrina
evangélica.
Esse
fenômeno se dá após a evangelização dos criminosos, em geral pelos neos pentecostais.
Talvez,
essa seja a matéria que eu posto que vá gerar mais polêmica e contestações,
pois mexe com o assunto que mais emociona o ser humano: a religião.
Sempre
que emito opinião do gênero no face book, percebo que fui excluído por alguns “amigos”.
Para
antes de tudo deixar claro, não quero ofender nenhum praticante, mas fazer uma
denuncia devido a maus líderes religiosos e alguns criminosos que se denominam seus
seguidores.
Sites
evangélicos contestam a noticia, como não podia deixar de ser diferente.
O senador
Magno Malta (envolvido no escândalo dos
sanguessugas, dos atos secretos e do Ministério do Transporte) também.
Mesmo
os diversos crimes praticados por lideres evangélicos, devidamente comprovados,
são sempre questionados por seus fiéis.
Pessoalmente,
se o líder da religião que eu sigo cometer algum crime serei o primeiro a pedir
a sua punição, por me sentir traído.
Voltando
ao assunto em pauta, a questão é emergencial e muito delicada.
Se
não bastasse sermos um país refém de criminosos, começaremos a ser reféns de intolerância
religiosa?
Você
acha que isso está longe de acontecer?
Se
sente seguro por isso estar acontecendo longe de você?
Pois
saiba que está enganado.
No
Rio de Janeiro as fronteiras do crime aparentam estar bem dividida, mas é uma
ilusão.
Já
em São Paulo, não há nem essa aparência, pois em muitos bairros a favela está
ao lado da classe média, às vezes muro a muro. Não há como fechar os olhos.
Se
diversas vezes ocorrem os conhecidos “toques de recolher” onde os comerciantes
são obrigados a fecharem suas portas, ou os costumeiros incêndios de ônibus, o
que impedirá de traficantes ou qualquer outro criminoso determinar o fechamento
de centros espíritas, de umbanda ou candomblé?
Quem
serão os próximos? Cartomantes?
Sente-se
seguro por ser católico?
A
Igreja Universal deu um passo maior do que a perna quando tentou encarar de
frente a igreja católica e o bispo Von
Helder chutou a imagem de Nossa Senhora da Aparecida em canal aberto de TV.
A
repercussão foi tão negativa que tiveram que rever sua estratégia de angariar
devotos.
Os alvos
mais fáceis são os de religião afro brasileiras, já marginalizados.
Tanto
é que a referida igreja usa os mesmos artifícios, como sal grosso, sabonete de
arruda, vigília dos ex pais de santo.
Palavras
do Pastor Silas Malafaia ao Bispo Edir Macedo:
“– Qual a diferença da arruda da tua
igreja para a arruda do centro de macumba?Qual é a diferença do sal grosso da
tua igreja pra do centro de macumba? Qual é a diferença da rosa ungida da tua
igreja pro centro de macumba?Qual é a diferença dos teus pastores vestidos de
branco, dando passe nos outros, e com rosa e vela na mão?”
Tanto
essa questão inquirida pelo Pastor Malafaia, como a questão dos morros cariocas
vão além da religião, na verdade é uma questão de mercado.
Aqueles
que usam a violência para expulsar os pais de santo, até acreditam no que
fazem, mas são massa de manobra de quem os está usando para aumentar sua renda
em uma espécie de concorrência desleal religiosa.
Provavelmente,
os autores dessa violência são asseclas do pastor Marcos Pereira da Silva,
condenado recentemente a 15 anos de prisão por estupro, e ainda é acusado de
ameaça e outros crimes contra José
Junior do AfroRegae , e uma
série de outras acusações de quatro homicídios, trafico de drogas, associação
para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
O pastor ficou conhecido por evangelizar nas cadeias e a salvar condenados a morte pelo crime organizado.
Isso por outro lado, prova o espaço deixado por outras religiões, que não vão ao fundo do poço para resgatar almas ou angariar fiéis.
Tirando a pessoa do Pastor Marcos Pereira, esse é um trabalho digno dos evangélicos puros de coração, que levam a palavra de Deus a pessoas que estão realmente precisando de amparo em um momento muito difícil.
Infelizmente, o referido líder, ao que tudo indica, fez um mau uso de suas atribuições.
Independente
da religião de cada um devemos repudiar a intolerância religiosa, pois apesar
de parecer distante para muitos, na verdade está perto de todos nós.
Seus
reflexos para a sociedade são dos piores, pois será mais um fator de medo do
qual teremos que conviver, se já não bastasse a violência do dia a dia do
brasileiro.
Outros
países já sofreram e alguns ainda sofrem muito devido a essa intolerância, como
a Irlanda, países do oriente médio, do continente africano e outros.
Não
aceite qualquer intolerância, seja por parte de qualquer religião,
principalmente da sua.
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