Jornalismo Vs. Verdade
Imprensa,
jornalismo ou mídia, seja lá como queiram denominar, qual o compromisso com a
verdade?
Sempre
imaginei de forma ingênua que a nobre função de um jornalista era ter compromisso
com a verdade. Santa ingenuidade.
Mas
o pior é que a grande maioria das pessoas continuam pensando assim.
E
uma outra parte até desconfia, mas quando a noticia se iguala as suas
convicções políticas, religiosas ou ideológicas, acredita em tudo piamente.
Reflexo
disso talvez seja que a população está cada vez mais radical em suas
convicções. Estamos inflexíveis e acreditando que apenas um lado esta cem por
cento correto.
Que
o mal é mal todo o tempo e o bom é perfeito.
Que
a polícia toda é violenta, que todo ladrão tem que morrer, e até que a
democracia (pasmem) não dá certo!
Mas
isso é outro assunto.
Retornando
ao compromisso com a verdade, há muito tempo os jornais e as emissoras de TV
querem apenas vender o seu produto, indiferente se a noticia apresentada relata
o que realmente aconteceu.
Por
vezes devido ao frenesi de dar a noticia em primeira mão, enquanto as
autoridades no local ainda estão tentando entender o que aconteceu.
Imagina
uma ocorrência complicada, com evento morte, que uma emissora chega, colhe
rapidamente informações desconexas e passa toda a noticia em apenas trinta
segundos.
O
pior: ainda omite opiniões de forma tão contundente que é capaz de até quem
estava lá acreditar na versão televisiva.
Programas
populares como o do Datena de o de Marcelo Resende, pensem a opinião de
acordo com o gosto do público e nem vacilam em mudá-la no dia seguinte ou até
mesmo no próximo bloco do programa.
Com
a relativa liberdade de imprensa nos anos 80, nas faculdades, os mestres
carregavam o ranço da ditadura e uma empolgação socialista e até mesmo
comunista.
Com
certa razão, abominavam os partidos que não eram de esquerda, a Polícia Militar
e o exército.
O
exército saiu de cena, os partidos de direita perderam a força, restando os de
centro esquerda, de esquerda e os de extrema esquerda, sobrou então a Polícia
Militar.
Nos
anos noventa atacaram com muita força as instituições policiais.
Algumas
vezes com razão, mas, gozando de liberdade plena, a busca pela verdade foi
esquecida, então procuravam apenas uma revanche. Essa foi aplicada também por
políticos, fato conhecido como “revanchismo”.
O
resultado disso foi um certo enfraquecimento das instituições e afrouxamento
das leis. RESULTADO: a violência insuportável
que vivemos hoje.
No
final dos anos 90 e nos anos 2000, quase toda a população se conscientizou da
enrascada que entramos, mas já era tarde.
Então
os jornalistas, já de uma outra geração, mas ainda instruídos pela velha
guarda, começaram uma trégua.
Porém,
talvez devido a era da informação veloz, quase instantânea devido a
multiplicação dos meios eletrônicos, câmeras fotográficas e filmadoras em
aparelhos de telefone celular, internet, etc, iniciou uma nova era:
A
era da busca desenfreada pela audiência.
Sempre
houve essa busca, mas agora era diferente.
Com
a popularização da TV, que atinge uma população mais humilde, foi preciso outra
maneira de passar a informação: agora a noticia vinha mastigada.
A
noticia é enviada simultaneamente com a opinião do apresentador, que como já
disse, é a opinião que vai angariar mais audiência.
Esse
BLOG é pessoal, ou seja, as opiniões são minhas.
Apesar
de conceitos (ou até preconceitos) firmados, são meus, e não sou dono da razão.
Não
está vinculado diretamente a instituição que sirvo, cuja opinião institucional
é muitas vezes diferente da minha.
Mas
em vinte anos de profissão, foram raras as ocorrência que tenham sido
retratadas exatamente como ocorreu, pela imprensa.
A
imprensa lança a noticia, julga e condena.
O
Brasil possui área continental, com diversas etnias, crenças, costumes,
cultura, etc.
Um
grupo de pessoas, com a mesma formação, nível social, acaba se achando no
direito de impor sua opinião através de um jornal, revista ou programa.
A TV GLOBO é uma mestra nisso.
Tentou
a todo custo convencer o país que o desarmamento faria a violência acabar.
Que
os policiais que atuaram no Presídio Carandiru eram todos assassinos.
A TV RECORD nunca divulga os crimes
praticados pelos pastores da Igreja Universal, muito menos os cometidos por
políticos do Partido Republicano Brasileiro (PRB), que foi criado pela própria igreja, apesar de (é claro)
negarem.
Diversas emissoras chamam o assassino de Mércia Nakashima, Mizael, de Ex PM!
Só
que ele é advogado, inscrito na OAB
!!!
Algum
assassino com profissão definida é apontado como ex cozinheiro, ex açougueiro,
ex- engenheiro, ?!?!?!
Quando
uma equipe da PM de São Paulo matou Paulo
Batista do Nascimento, o Fantástico
e outros programas trataram logo de divulgar a noticia de que o tal era
pedreiro ou ajudante de pedreiro!!!
Na
verdade o dito cujo era um bandido com extensa ficha criminal e com apenas 25
anos já havia sido condenado por roubo, receptação e falsificação de
documentos, fora o que já havia cometido e nunca tinha sido preso.
O
crime cometido pelos policiais (caso comprovado) continua o mesmo. Devem ser
presos e cumprir pena da mesma forma, mas a mídia querer levar ao público que a
polícia mata um pedreiro. É uma absurdo.
Qual
mensagem querem passar?
Que
você está em casa ou no trabalho e sem mais nem menos uma viatura pode parar em
sua porta e lhe matar?
Qual
o problema em dizer a verdade?
Então,
caros leitores, não engulam tudo o que lhes transmitem.
Não
aceitem apenas um lado da noticia.
Questionem,
perguntem, pesquisem.
Nada
de teoria da conspiração, mas muita calma com o que ouvem.
A
história tem 3 verdades:
A
minha;
A
sua;
Exijam compromisso com a verdade
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