quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Jornalismo Vs. Verdade



Imprensa, jornalismo ou mídia, seja lá como queiram denominar, qual o compromisso com a verdade?
Sempre imaginei de forma ingênua que a nobre função de um jornalista era ter compromisso com a verdade. Santa ingenuidade.
Mas o pior é que a grande maioria das pessoas continuam pensando assim.
E uma outra parte até desconfia, mas quando a noticia se iguala as suas convicções políticas, religiosas ou ideológicas, acredita em tudo piamente.
Reflexo disso talvez seja que a população está cada vez mais radical em suas convicções. Estamos inflexíveis e acreditando que apenas um lado esta cem por cento correto.
Que o mal é mal todo o tempo e o bom é perfeito.
Que a polícia toda é violenta, que todo ladrão tem que morrer, e até que a democracia (pasmem) não dá certo!
Mas isso é outro assunto.
Retornando ao compromisso com a verdade, há muito tempo os jornais e as emissoras de TV querem apenas vender o seu produto, indiferente se a noticia apresentada relata o que realmente aconteceu.
Por vezes devido ao frenesi de dar a noticia em primeira mão, enquanto as autoridades no local ainda estão tentando entender o que aconteceu.
Imagina uma ocorrência complicada, com evento morte, que uma emissora chega, colhe rapidamente informações desconexas e passa toda a noticia em apenas trinta segundos.
O pior: ainda omite opiniões de forma tão contundente que é capaz de até quem estava lá acreditar na versão televisiva.



Programas populares como o do Datena de o de Marcelo Resende, pensem a opinião de acordo com o gosto do público e nem vacilam em mudá-la no dia seguinte ou até mesmo no próximo bloco do programa.



Com a relativa liberdade de imprensa nos anos 80, nas faculdades, os mestres carregavam o ranço da ditadura e uma empolgação socialista e até mesmo comunista.
Com certa razão, abominavam os partidos que não eram de esquerda, a Polícia Militar e o exército.
O exército saiu de cena, os partidos de direita perderam a força, restando os de centro esquerda, de esquerda e os de extrema esquerda, sobrou então a Polícia Militar.
Nos anos noventa atacaram com muita força as instituições policiais.
Algumas vezes com razão, mas, gozando de liberdade plena, a busca pela verdade foi esquecida, então procuravam apenas uma revanche. Essa foi aplicada também por políticos, fato conhecido como “revanchismo”.
O resultado disso foi um certo enfraquecimento das instituições e afrouxamento das leis. RESULTADO: a violência insuportável que vivemos hoje.
No final dos anos 90 e nos anos 2000, quase toda a população se conscientizou da enrascada que entramos, mas já era tarde.
Então os jornalistas, já de uma outra geração, mas ainda instruídos pela velha guarda, começaram uma trégua.
Porém, talvez devido a era da informação veloz, quase instantânea devido a multiplicação dos meios eletrônicos, câmeras fotográficas e filmadoras em aparelhos de telefone celular, internet, etc, iniciou uma nova era:
A era da busca desenfreada pela audiência.
Sempre houve essa busca, mas agora era diferente.
Com a popularização da TV, que atinge uma população mais humilde, foi preciso outra maneira de passar a informação: agora a noticia vinha mastigada.
A noticia é enviada simultaneamente com a opinião do apresentador, que como já disse, é a opinião que vai angariar mais audiência.
Esse BLOG é pessoal, ou seja, as opiniões são minhas.
Apesar de conceitos (ou até preconceitos) firmados, são meus, e não sou dono da razão.
Não está vinculado diretamente a instituição que sirvo, cuja opinião institucional é muitas vezes diferente da minha.
Mas em vinte anos de profissão, foram raras as ocorrência que tenham sido retratadas exatamente como ocorreu, pela imprensa.
A imprensa lança a noticia, julga e condena.
O Brasil possui área continental, com diversas etnias, crenças, costumes, cultura, etc.
Um grupo de pessoas, com a mesma formação, nível social, acaba se achando no direito de impor sua opinião através de um jornal, revista ou programa.
A TV GLOBO é uma mestra nisso.
Tentou a todo custo convencer o país que o desarmamento faria a violência acabar.
Que os policiais que atuaram no Presídio Carandiru eram todos assassinos.



A TV RECORD nunca divulga os crimes praticados pelos pastores da Igreja Universal, muito menos os cometidos por políticos do Partido Republicano Brasileiro (PRB), que foi criado pela própria igreja, apesar de (é claro) negarem.

        Organograma feito durante as eleições para prefeito de São Paulo


Diversas emissoras chamam o assassino de Mércia Nakashima, Mizael, de Ex PM!
Só que ele é advogado, inscrito na OAB !!!  
Algum assassino com profissão definida é apontado como ex cozinheiro, ex açougueiro, ex- engenheiro, ?!?!?!
Quando uma equipe da PM de São Paulo matou Paulo Batista do Nascimento, o Fantástico e outros programas trataram logo de divulgar a noticia de que o tal era pedreiro ou ajudante de pedreiro!!!
Na verdade o dito cujo era um bandido com extensa ficha criminal e com apenas 25 anos já havia sido condenado por roubo, receptação e falsificação de documentos, fora o que já havia cometido e nunca tinha sido preso.
O crime cometido pelos policiais (caso comprovado) continua o mesmo. Devem ser presos e cumprir pena da mesma forma, mas a mídia querer levar ao público que a polícia mata um pedreiro. É uma absurdo.
Qual mensagem querem passar?
Que você está em casa ou no trabalho e sem mais nem menos uma viatura pode parar em sua porta e lhe matar?
Qual o problema em dizer a verdade?



Então, caros leitores, não engulam tudo o que lhes transmitem.
Não aceitem apenas um lado da noticia.
Questionem, perguntem, pesquisem.
Nada de teoria da conspiração, mas muita calma com o que ouvem.
A história tem 3 verdades:
A minha;
A sua;
 E o que realmente aconteceu.




Exijam compromisso com a verdade

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