segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


ESCOLHENDO UMA ARTE MARCIAL
1ª parte



Por vezes uma pessoa tem o desejo de praticar uma arte marcial, mas a escolha é difícil, e se por acaso ela escolher uma que lhe desagrade, talvez desista prematuramente da prática.


Há muitos fatores quando o assunto é a escolha de qual arte marcial praticar, que deve ser levado em conta qual o objetivo do praticante.


Mesmo que ele tenha claramente em mente qual arte marcial gostaria de aprender, ele deve ter a consciência que não há um padrão fixo, ou seja, pode ser que ele não se adapte as técnicas de ensino de determinado mestre, mas em uma outra academia que ensine a mesma arte marcial ele irá encontrar um mestre com uma outra didática na qual se adapte.


Há mestres mais rígidos, outros mais liberais, uns dão ênfase a parte atlética, outros a parte técnica, filosófica, esportiva, etc.


A adaptação dependerá do aluno.


Um mestre rígido fará com que o aluno supere seus limites ou pode levá-lo a um estresse físico ou psicológico, ou até mesmo a lesões graves.


Um mestre muito liberal pode deixar a aula correr muito solta e até mesmo permitir que atendam telefones celulares durante a aula.


Como em tudo na vida, é importante haver uma harmonia.


Na minha concepção pessoal o mestre é o senhor da área de treino (ou dojô).


Deve ele manter a disciplina para que um não atrapalhe o aprendizado do outro.


O mestre é um exemplo e na condição de preceptor exerce uma influência psicológica sobre seus alunos, principalmente em crianças e adolescente.


É preciso que ele tenha uma consciência sobre isso, até mesmo uma responsabilidade social.


Um mestre irritadiço, explosivo ou provocador de atritos irá gerar alunos como ele, que na certa terão problemas no decorrer de suas vidas.


Um bom mestre é um segundo pai, que deve ajudar a seus alunos, ser a escada para que eles se tornem vencedores na vida.


A disciplina na academia facilitará a ele enfrentar as normas mais rigorosas que possa enfrentar em sua carreira profissional escolhida.



A educação e respeito adquirido ao ter que pedir para entrar ou sair da área de treino, não falar palavras de baixo calão, calarem-se quando o mestre estiver falando, e outras normas farão com que ele aceite e entenda bem a hierarquia de qualquer empresa, sendo visto sempre com bons olhos por seus superiores. Não como um bajulador, mas como alguém que respeita quem por mérito foi promovido e no momento está na condição de chefe ou líder.


 Devemos ter especial atenção com as crianças.


Alguns pais utilizam os filhos para realizar seus sonhos ou desejos não conquistados, então fazem deles ferramentas, não permitindo escolhas.


Isso pode fazer com que os filhos peguem verdadeiro temor por artes marciais ou qualquer outro esporte ou curso enfiado por goela abaixo.


É importantíssimo que uma criança pratique artes marciais, por todos os motivos ditos acima e muitos mais, como saúde, auto-confiança, espírito esportivo, lazer, etc.


Mas converse, e deixe-a escolher qual melhor se adapte.


Além do mais, assista algumas aulas, observe o professor.


É uma grande responsabilidade trabalhar com crianças, e acidentes podem acontecer, porém veja o proceder do mestre.


Já vi alguns mestres, distraídos ou não, exigir o mesmo esforço físico de um adulto para uma criança, o que pode trazer consequências graves.




Por outro lado, se já lhe disseram que você é uma mãe ou um pai super protetor, então pode acreditar que isso é verdade!


Se não quiser ver seu filho lutando, cansado dos exercícios e vez ou outra com leves escoriações, então nem faça a matricula.


Manifestações de superproteção em público farão com que ele fique constrangido ou até seja vítima de bulling (o antigo trote, sarro, etc que todos já passamos e sobrevivemos).


É comum nesses tipos de esporte a criança durante uma luta chorar ou até se machucar levemente, mas deve haver segurança para que nunca ultrapasse isso, e também que não seja constante.


Nada mais grave do que uma partida de futebol com os amiguinhos, onde pode vez ou outra acontecer até uma briguinha entre amigos.


Quanto à escolha propriamente dita, a seguir faço o que não deveria fazer: Emitir uma opinião pessoal.


Não deveria fazer, pois arte marcial é como futebol, política e religião. Envolve paixão e seguidores fervorosos.


Então, de ante mão repito: Opinião pessoal.


Creio que é uma forma de agir com honestidade para com aqueles que leem minhas matérias e que a utilizem como um norte.

KARATÊ


A arte das mãos vazias. Arte marcial japonesa, mais precisamente da ilha de Okinawa, com influência chinesa.


Muito procurada no Brasil, principalmente nos anos 70 e 80.


A desinformação ou falta de opção fez alguns apreciadores dos filmes de Kung fu (passavam na “Poltrona R”, na Rede Record) praticarem o Karatê.


Utiliza socos, chutes e um grande número de outros golpes.


Lyoto Machida tem o karatê como arte marcial principal, sendo consagrado como um dos grandes campeões do UFC.

Pontos fortes - Ainda mantém, normalmente, uma disciplina rígida oriental. Trabalha bem o corpo, mente e espírito. Desenvolve a energia interior. Há muitas competições sérias. O Full Contact se desenvolveu a partir dessa arte, apresentando um contato sem restrição de força e permitindo a sequencia de golpes, porém acabou adaptando os socos do boxe.

Pontos fracos – a maioria dos estilos é pautado na esportividade e como regra o combate é interrompido quando um golpe atinge o oponente com efetividade, o que impede a sequência de golpes. O ato de frear o golpe para não ferir o adversário pode se transformar em ato reflexo. Muitos dos golpes ensinados podem ser ineficientes em um combate real. A vertente esportiva pode atrapalhar um pouco a opção de defesa pessoal.

KUNG FU



Pode ser entendido como um conjunto de artes marciais chinesas, subdividido em diversos estilos.


Cada estilo pode ser bem distinto um do outro.


Muitos se inspiraram em movimentos de animais, como a serpente, garça, tigre, etc.


É difícil falar do kung fu de forma genérica devido às diferenças entre os estilos.


Alguns prezam mais a defesa pessoal, outros a tradição, uns utilizam golpes floridos, outros básicos, alguns manobras malabaristas, e assim por diante.


É necessário uma pesquisa mais aprofundada para quem quer praticar kung fu a fim de que escolha o estilo que se adapte a seus objetivos.


A modalidade Sanshou ou Sandá são próprias para combate, com técnicas diretas e efetivas.

Pontos fortes - é uma arte milenar rica em tradições, trabalha corpo, mente e espírito. Trabalha também muito a energia interior. Desenvolve o talento acrobático. Em muitos estilos são ensinados o manuseio de vários tipos de armas.

Pontos fracos – dependendo do estilo, pode ensinar golpes ineficientes em um combate real.


JUDO

 A arte suave. Arte marcial japonesa criada por Gidoro Kano


O judô é voltado para o esporte, com diversas regras. Como qualquer outra arte marcial, sempre se pode aproveitar em defesa pessoal, mas o foco principal é outro.


Sem dúvida os arremessos mais eficientes pertencem a essa arte.

Pontos fortes arremessos eficientes, controle do oponente, esporte olímpico com grande visibilidade. Ensina o praticante a ter um bom controle de quedas e rolamentos. Uma das poucas artes marciais que nos dias de hoje mantém a seriedade nos exames de faixa, realmente concedendo a graduação a quem merece. Federações organizadas.

Pontos fracos - Apesar de ter sido escolhido pela polícia do Japão como arte marcial, não creio que quem procura defesa pessoal deva escolher o judô, devido a tendência esportiva que pode limitar o lutador em um combate real. Não há imobilização, torção, arremessos, cotoveladas e joelhadas.

TAEKWONDO


Arte marcial coreana onde nos combates são aplicados socos e chutes, mas seu maior potencial são os chutes velozes e altos.


 Pontos fortes – desenvolve muito a parte aeróbica, a velocidade e elasticidade. Esporte olímpico, chutes eficientes. As academias mais tradicionais ainda impõe a disciplina oriental.

Pontos fracos subutiliza os socos fazendo com que o lutador mantenha sua guarda baixa, o que pode prejudicar em um combate real. Não permite chutes abaixo da cintura. Não há imobilização, torção, arremessos, cotoveladas e joelhadas.

CONTINUA ...

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